quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Elixir

Crê em mim, mulher qualquer.
Que qualquer és
porque não sei quem és,
mas sim de tua existência
por onde sonhas e
pesadelos vives.
Tua graça virá
no ar
como vêm
os perfumes
das lendas de todos os Amores.
E, no entanto,
lenda será
apenas
o que
de amores saberão
os aprendizes
de nossa generosa comunhão.
Oh! Por onde andas,
mulher que perdi
porque fé em minha solidão desvaneci
e subjuguei meu peito
à voraz paixão unilateral?
Não me dano
senão sossego
a fúria no pensar.
E o sentir se propõe
o mesmo
para a natureza encantada
que tuas formas desnudas
nos seios aflige
o arfar ondim do Amor.
Eu, entusiasta dos cegos
que vêm o Ilimitado,
não aguardo
senão confio,
porque me reconstruo.
A musa está a brilhar
em cada lua
na família
da solidão.
A solidão
não me avilta mais
porque o céu
é o elixir que traz
a constelação a brilhar
os olhos dessa mulher
no meu coração.


Nenhum comentário: