quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Cidade

Uma cidade submersa no céu.
Sem limites.
O monóxido de carbono entranhado.
É recém terça-feira em Porto Alegre
e a cidade é varrida
lentamente
por automóveis ocupados
apenas por um indivíduo...
Os seios que sonho enquanto
o ônibus trava
e faz a curva,
são livres e belos,
não têm dono.
Eu sou um cara urbano
indo
para as entranhas do meu apartamento.
Num lampejo,
percebo
que estou feliz
e o não entregar-me foi o motivo desse espírito vanguardista.
Tenho de lembrar
que sobrevivem aqueles que têm como norte
a vida
e não a insanidade da culpa
ou a amargura do medo.
Caminho prestando atenção nos meus passos.
Acerto-os um a um por isso.
Há vãos embriagados de dor, é claro.
Mas sem iludir-me,
na solidez dos dias
vou passando
e deixando meu brasão e minha história
para quem quiser
ver,
ler
e
ouvir.

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