domingo, 28 de fevereiro de 2010

Sutileza

Eu espero, com calma
arranjada de minhas entranhas,
um raiar de conquista
de meu ser
em que meu cérebro não seja
deletério
para os pequenos necessários
passos.
Eu aguardo,
com um fio condutor de luz trêmula
nos meus olhos feridos
pela ausência de uma flor
que, ao longe,
espetava e,
de perto,
não mais perfumava
por uma explosão
no céu de minhas têmporas.
Meu coração e meu corpo
precisam,
imploram,
porque meu crânio falha
e parece não me pertencer,
por um descanso, um dia de leveza.
Meu alívio está na vontade
que retornará minha,
igual para meu ser
igualmente benevolente.
Os remédios,
pele de minha pele,
no aço e no osso que envolve meu cérebro,
doces,
me suavizarão.
O corpo dela é branco.
Linda, me pôs em dia de esperança
e eu, por uma dissonância ácida de um ontem,
anoiteci
lhe dando a lua.
Seus dedos
eram, no riacho de suas curvas,
semi-deuses orando
por minha boca feroz
em seus mamilos,
em sua montanha sorridente.
Eu procurei a diversão que ela atingiu.
E quero encontrar!
É só uma pitada de leveza para voar no céu...

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Um Passo, Depois Outro

Fedor de álcool de novo.
Nada.
Parado oscilante.
Dúbio tempo só.
Quase não ao trabalho libertário.
Agora a certeza de que não me perdi.
Não minto, não me escondo.
Provocada ira pelo que tive me forçando a não ter
e pelo que não tive tentando ter.
Sem estímulo.
Apenas dor indecifrável de amanhãs.
Mesmo agora, a força do respirar.
Exponho-me e parto para o encontro.
Uma mente confusa eu carrego.
Um espírito turvo.
Meu coração não errou.
A razão o faz vazar
perfurado em agonia.
A dor dos dias.
A tristeza do esforço.
Um sorriso de dentro vindo
sobre os seios que sonho
e uma boca ferida
que eu floresço-nos em beijos.
Procuro não errar no tempo.
Ajo conforme o meu melhor.
Oscilo nos esconderijos das trevas e da agonia.
Desço sobre tempestades
de aço derretido
que o sol desdenhoso fere.
Suo e torço por minha melhora.
A dor da velha, nos olhos,
me fazendo mostrar
força pela minha impotência.
A dubiedade ferindo a todo instante.
Sem fórmulas,
tento respirar e vibrar no tempo.
Esperando agora, agindo amanhã.
Qual seria o saber?
Sinto vontade de ter o corpo dela!
Estou com medo por tudo o que houve
no que fazia beleza
e me punham poeira...
Mas esperança persevera
nos casos de fé e paciência.
Não um bólido.
Passos sobre a terra...

Chá Demais

Destruição.
Levando-me pelo amor,
depois obsessão,
me perdi.
Agora só.
Agora meio.
Dor e calafrio em minha mente.
Desbotados dias sem percepção,
paranóicos dias.
Uma arma e o conforto...
O desequilíbrio do corpo.
Saudade que nem é...
Insânia de todas as curas.
Aprendendo a sorrir mesmo em desespero.
Oh, angústia ignorante
que não me sabe:
Vai!

Corpos no Céu

Há coisas de que não se precisa reclamar,
pois o tempo e o contato
irão aclarar.
Fé em Deus!
Fé em mim e na terra fértil
e no céu que traz
a grande benevolência da chuva
A Natureza me reerguerá
como nunca deixei de ser,
como prossigo!
O caos da ânsia por um choro
que não parte
virá
enfim
sob a potência de meu corpo
para frente lançado.
Então, o choro
não será de légrimas,
porém dum sorriso compartilhado.
Durmo sem a ameãça da solidão.