sábado, 25 de dezembro de 2010

As mãos dos que são sãos

Toda vez que tenho medo,
ao invés de encarar uma tolice
dentro da canção,
perco minha voz do coração.
Toda vez que tenho medo
antes de atropelar o que deturpa
o que é canção,
o éter revolve uma agonia que,
quando não cego,
supero.
A cegueira é a entrega do meu medo
pela minha mão,
pois quando assopro da mão
com a força do coração
o medo,
ele se vai
como pó
e eu me sinto em mim.
A humanidade que tenho
é mais forte do que o medo
e minha força é mais poderosa
do que a entrega,
a desistência de mim mesmo
para um algo
nada
que nem fé tem.
Toda vez que recolho
minha mão
do meu coração
por coisas que em minha mente
vêm e vão,
o fracasso me acompanha.
Mas não desisto de mim
e dos sonhos que tenho porque
esses sim são sãos
e não solidão.
Toda vez que deixo-me de mim
por não sorrir o Amor
pra ela
e pra composição,
o monstro vem.
Mas sábio eu que sou,
e mais respeitador do coração
que de minha cuca,
sobre a beleza e a essência canto e encanto,
e a natureza não se esvai,
porque é mais forte
do que
uma mente de reclamação.

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