quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

23/12/2010

E o poema se esparrama pelo peito.
Dessa vez, pelo peito dos pés.
A adolescência, no pico bipolar, retorna:
primeiro um,
depois três,
cinco, então.
Dores nas articulações.
Joelhos parecem ter musgos
e quase rangem
como um navio redescoberto, revisitado.
As sombras das árvores
regem cada movimento
me fazendo arfar,
mas,
ao invés da desistência,
sorrio.
No centro do coração da eterna casa,
onde o Amor e a Morte revezam
ferimentos e cicatrizes
do Corpo, do Coração e da Alma,
volto um pouco mais
e respiro infância.
O dedo sangra.
Eu sorrio, pois, realmente, nada mudou.
"Quando é que não é Páscoa?",
diria minha mãe.
"Ah! Vai sair o cérebro...",
em tom debochado,
meu pai.
Então, nesse idílio,
atinjo o décimo terceiro!
Bravo!
Recorde após quinze anos
no recalque do fracasso,
na urgência para dentro da Poesia e da Canção.
13 balõezinhos para um poema feliz em solidão...

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