terça-feira, 11 de março de 2014

As Cinco Questões Básicas para a Sua Sobrevivência

Como?
Quando?
Quem?
Onde?
E, a mais importante e fatal - 
Por que?
Lide com isso diariamente,
Das coisas mais
Simples as mais 
Complexas,
E sera
Bem dificil
Esquecerem você
Num canto do mundo.



domingo, 9 de março de 2014

Velando-te daqui, Amada

Amar.
Porque o 
Amor revela.
Velar o Amor.
Para, ao Amar, 
Revê-la.
Substância Me(n)ta(l)física

Então, ele
Foi-se e martelou
O prego
Onde, enfim,
De tanto voar,
Nalgum metafísico 
Muro azul,
Penduraria
Suas asas
Para, no voo
Mais justo,
Com suas mãos
Me buscar...


quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Apocalipse Moral

Não se apaixone.
Não questione.
Apocalipse moral.
Um dia, nem mais 
Essa carne que coça 
E sangra.
Caramujo na goteira de sal.
Fome de formigueiro.
As mãos que eu tenho
Lutam contra minha pele, 
Meus pelos abatidos 
Sendo substituídos.
Unhas de vagabundo 

Trabalhando
Sob o pior sol da estação.
Suor,

Barba,
Lábios secos
No caminho da dignidade
Que a conquista do dia adquire.
No gozo da solidão
E do tempo que não
Acusa espaço,
A paz
- Descarga desumana

Externando a besta 
Através dos seus poros
Grudentos e sujos.
Um homem sonolento

Pelas ruas
Trabalhando o Espírito acima de tudo.
A proteção do solitário
é o contentar-se 
Com o vazio
Das coisas.
O telefone celular 
Já nem lembra 
De ter consigo.

Um diálogo
Com heróis mortos.
Um banho de sal
Para proteger-se da madrugada
E encolher-se
Na concha uterina da Lua.
A estepe 
No corpo 
De lobo
Fere seu uivo.

Canto rouco desabitado.
O seu corpo está louco
Enquanto a Alma grita-lhe:
"Eu comando essa cadeia!
Eu sou a mente dessa existência!"
Seu corpo 
Parece 

Uma espécie em extinção
Entre as chamas.
Seu Espírito

Eleva-se,
Sabendo-se puro 
Contra a combustão.
O triunfo 
Estará
No ofuscante resplendor
Do horizonte.

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Adeus, Canção da Dó

Saudade 
Vem de mansinho
Na imensidão de estar só.
Pensar
Atravessa espinhos 
No ser sapiente de ir
Em direção ao pó.
Sentir
Reduz o momento
A uma eternidade
Simbolizada sem nó.
Paz
Desliza nos corpos
Que não dançam mais
A canção da dó.

Experiências de Meus Eus

Não saia ileso!
Provoque feridas, rugas,
Olheiras,
Exaustão, brigas.
Viemos aqui para, no tropeço,
Doermos e, da dor,
Descobrirmos nosso valor.
Todo aprendizado pressupõe 
Um erro batido superado.
Siga errando!
Toda cara quebrada
Tem um sorriso de salvação.
Pro unicórnio e pro alazão.
Não saia ileso!
Cerre seus punhos 
E grite o sabor da derrota.
Haverá sempre 
A mão certa estendida
No momento certo
No lugar inimaginável.
Então, amanhã, será simples ajudar.
Tantos provarão 
Das amarguras de mesmas lágrimas...
No entanto, esses mesmos
Contarão
Sobre pitadas crescentes, contínuas
De um sal no alimento do Espírito.
E, logo mais, haverá doces em forma de bancos
Cadeiras palavras arrepios gestos lugares
Mesas de comunhão.
Serão medidas acertadas
Tomadas a partir dos erros!
Por isso, repito: não saia ileso!
Saiba o limite de cada erro.
A partir dessa admissão, 
Um sem-número de alternativas por dia
Virá com um poder interno
Tão profundo quanto sorrir 
Acostumando-se 
Com o simples ato de sorrir.
Você não sairá ileso - também -
Desse novo gesto...


Casa Rosa

Local do conforto 
e do perdão traído.
Casa Rosa.
Sentado sob um cartaz de filme cult qualquer,
onde tantas vezes te esperei.
Sem brilho, 
subimos ao jardim severo
e fotografamos verões 
alçados pelos urubus 
do teto do prédio em frente.
Eles voaram sobre a poesia do nosso Amor.
Noite passada 
sonhei
que telefonava-te.
Só  lembrei 
do número correto
quando acordei,
mas lá dentro atendeste-me,
porém sem a minha voz
reconheceres.
De tarde vi a mensageira
de nossas emoções removidas
e quase chorei.
Ela parecia ter um recado teu para mim,
mas a única forca estava na minha garganta...
Na memória, nosso Éden:
mais que os lábios, nossas pernas;
mais que as mãos, nossos olhos.
E tudo era motivo para roubar o tempo
de tua vida sem mim.
O quanto menti mais para mim 
do que tu dizendo-me Amar
com olhos desmentidores?
Estraçalhado pelo tubarão,
fui-te mais alheio que minha morte
no pesadelo do mar televisionado.
Nenhuma revolução mental...
Nosso pequeno Ernesto não virá...
Tampouco nosso Amor,
essa coisa 
a que jamais devemos dar crédito
via palavras do objeto Amado...

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Homem-Ruído

O homem que não cala a boca,
Quando tem medo
Da loucura, é 
Pregado por ela.
O homem que não ouve
Sua amada falar,
Interrompendo-a ruidosamente,
Busca controlá-la 
Sem jamais saber-se.
O homem 
Tem uma estrela disforme
No peito 
Chorando o sal do oceano
Na carne.
O homem egoísta 
Sente-se abandonado...
Nem vê que há tanto
Já partiu...