sábado, 29 de dezembro de 2012

Quando Chove Ácido

Eu sou um exagero.
Eu sou um poeta.
Eu sou um diabo!

O gozo da ditadura.
O traidor sem rumo.

Coração de pedra
Quebrando
Corações solitários.

Mármore escondo
Nas entranhas dos lixos.
Desumano,
Capacito a dança
No ventre da puta.

Sou o macho do acaso.
Tenho o dom
De ir,
De nunca mais...

Megafone do Amor esvaído,
Enquanto a chuva cobre o mendigo.
Meu parco dinheiro
Alimentando seu infortúnio.
Sorri para mais um gole
E sabe que lhe sou amigo
Porque também declaro guerras
Sorrindo.

No meu dia do ano,
Foi meu primeiro presente.

A todos contei do Sol de 24 horas,
Mas apenas a ele nos olhos,
Para o abraço não remunerado,
Simples coexistência.
Mas eu lhe seria veneno
Cinco dias
Depois da festa paternal
Cantando
A Infância e a América Latina
Enquanto atravessava
Pântanos de memória chegando à terra firme
Do presente mais caro:
O tempo do coração.

Uma moeda
Para sumir
O amigo do poeta.
Rua-lar.
Lua-par.
Mais um
Como qualquer código de barras.
Preço imposto
Pelo tédio e pelo nada
Universalizados
Em olhos de cifrões,
Hipnotizados.

Hei, senhor:
Há alguns de nós
Que ainda doemos e doamos
Com a Dor!

Hei, escravo:
visita o inusitado!

Hei, cego:
Espanta-te
Erguendo tua bunda de ferro
A pôr articulações e músculos
À prova da indignidade
Das cidades
Escondidas da televisão
Retendo a visão!

Há gentes nadando enquanto dormem.
Nos seus sonhos,
Comem os ratos e os porcos
Que habitam seus lençóis.

Triângulo da Paz.
Círculo da União.
Palavras do Comprometimento.

Eu lhes sou Grato
Por chover lá fora
E ainda estar aqui,
Simplesmente sentindo...

Ela não chora mais
Porque me enforca de Amor.
Será que a necessidade entenderá
De as palavras compreender,
Salvando-nos, dedicadas?

Digo-me errado,
E já erro, então.
O observar de hoje é mais sonoro
Do que o grito de amanhã.

Eu procuro o ator em mim.
Não porque não saiba fingir,
Mas porque desejo aprender a agir.

Megafone em meu peito
Arfar do silêncio
Corrida em direção ao cérebro perdido
Coração abandonado da minha bondade.

Há coisas com as quais
O coração de um homem tolo como eu
Não pode brincar.
A principal delas
É uma mulher bela
E insana.

Que facilidade uma mente doente
Feito a minha tem para sinalizar esgotamento
Quando
Tudo
Deveria
Recém
Começar...

Será possível escapar
Da segurança
Porque ela me engana
- Momentaneamente -
Devido
Às arestas não aparadas
De símbolos infantis
Que limo dia após dia
A fim de fechar o ciclo da conquista da Razão?
As arestas - esses restos - dizem:
Contágio!
Por isso, trabalho,
Contamino e dissemino
Com a percepção do caos
Para haver Esperança.

Danço no lixo
Engolindo a chuva de línguas tóxicas
Que mentiram-me beijos.
Aplaudo teu grito
E de teu riso compartilho
Quando negam-nos
O poder que temos
Porque
O poder se compra
E nós não temos poder
Para comprar.
Então, vendemos
Poesias para idiotas,
Idolatramos putas,
Escancaramos nossas fraquezas
Para recomeçarmos
Tudo
- Outra vez -
Amanhã.

Um comentário:

Unknown disse...

SUBLIME: João, não te vejo como um Lobo e sim um pássaro, uma pomba, que se alimenta do lixo humano e regurgita em forma de poesia. Uma única palavra para definir tua obra: SUBLIME.