sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Tanta Água

A música que cantei
Para tuas lágrimas aliviarem tua alma,
Ouço,
Tendo-te na memória
Do dia chuvoso.
Tudo tão doce e intenso
E, no fim, me senti
Doente
Outra vez.

O movimento poético foi a guinada
Para a mente torturante
Dar um alívio.
Se eu conseguisse expressar
Em palavras os sentimentos
Que tive
Confrontando
O que fora tão belo
Dos últimos segundos para trás,
Juro que te deixaria claro
Como em um cris dissipado.

Teu cheiro me faz juntar
Os azuis e vermelhos
De uma cama cinematográfica,
Espelho de teus olhos no meu corpo.

A surpresa sob a chuva
Procedendo
O desprezo e o desprendimento
Do medo e do orgulho,
Mas sem tirar o poder ousado
Que a Liberdade desperta
A quem já sofredor foi.

De úteros castrados e salvos
Falamos enquanto engolia
Minha juventude acovardada,
E mais ainda de minha história
Conhecias...
Como fui e como hoje sou...

Vês?
De diferenças
- Em diferentes discussões subsequentes -
Só percebi mais
Do quanto a palavra,
Mesmo tão necessária para meu alívio e redenção,
Me é atroz,
O símbolo de minha fraqueza
E calar.

Não sei dizer
O quanto de meu desejo afloraste...
Eu era um animal irracional.
Eu era o instinto na jaula
Ao chegar sem ti
Após uma tensa despedida
Em que trouxe teu perfume
Na barba que me protege do frio,
Da solidão.

Confronto de estranhos
Em minha mente.
Sim, sim, sim.
Por segundos me senti mal,
Pois não somos
Como já pudemos...

Há tanto o que esconder?
Pelo jeito, te lixas...

Muito bem, quanto a isso,
Se te encaminhas à Liberdade.

Enxergas
Ouves
Bebes
Imaginas aquelas águas entre tuas pernas?

Teus olhos fechados
Aos meus toques
Te puseram
Submersa em alma:
Eu era o caminho e o rio...

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