sexta-feira, 21 de outubro de 2011
AGENDA DE APRESENTAÇÕES
1) Dia 31/10, das 15h às 17h
Bate papo com João Cony e leitura da sua obra, às 15h
Sarau na Floricultura e Cafeteria Amor e Flor.
Rua Taquara, 563 (esquina com rua Carazinho)
2) Dia 5/11, das 14h às 16h
Lançamento da Coletânea Voo Independente 10, da AGEI (Associação Gaúcha de Escritores Independentes)
Memorial do Rio Grande do Sul
3) Dia 13/11
Sarau com a participação de João Cony e Cláuber Scholles (guitarrista)
Local: Território das Escolas - Cais do Porto das 19h às 20h
Programação da Feira do Livro 2011 de Porto Alegre
SEJAM BEM VINDOS!
BEIJOS E ABRAÇOS
João Cony
sábado, 6 de agosto de 2011
Princesa Mulher do Povo
Nada além.
Nada aquém.
A contínua espera, princesa mulher do povo.
A voracidade do meu coração
te corando com coragem.
Sou um pobre desleixado encontrando riquezas
a cada olhar fitado pelo acaso
até a Liberdade que te dás
- porque eu ousado -
ao aceitares,
pelos meus olhos,
o que os teus há tanto diziam...
Serei eu só mais um louco
na tua memória
enquanto sonho
teu disparo
em minha direção?
A minha boca treme
o que cala o coração
vagabundo de não sentir.
O coração
queima
pelo que produziu,
em ti,
palavras.
Simples como o passar das horas
em que, silenciosamente,
aguardo-te
percebendo ter um coração.
Sim: um coração movendo um corpo
embebido na fragrância da alma
com a simbiose que os olhos denotam.
Depois da tua íris,
o tempo parou,
e o credo de te ver
sob a espessa névoa
que teu sorriso encanta inverno,
é o relógio caloroso da ternura...
O que mais haveria eu de sentir
na noite em que faço o de sempre:
esperar?
Nada além.
Nada aquém.
Mas sobre a atmosfera que tuas formas
- depois tuas inflexões e gestos -
seduziram-me,
há essa nebulosa multicolor enredando-nos
- mente com mente,
coração com coração,
alma com alma -
induzindo nossos corpos
a um ponto comum incandescente.
E é isso o que me faz maior
do que o Tempo dentro do silêncio ousado
que me dou o direito
porque fiz-me palavra em ti
e sou o príncipe do povo
com as portas abertas do peito-abrigo
onde construo castelo sem muros
para o nosso conforto...
(7/8/11)
Nada aquém.
A contínua espera, princesa mulher do povo.
A voracidade do meu coração
te corando com coragem.
Sou um pobre desleixado encontrando riquezas
a cada olhar fitado pelo acaso
até a Liberdade que te dás
- porque eu ousado -
ao aceitares,
pelos meus olhos,
o que os teus há tanto diziam...
Serei eu só mais um louco
na tua memória
enquanto sonho
teu disparo
em minha direção?
A minha boca treme
o que cala o coração
vagabundo de não sentir.
O coração
queima
pelo que produziu,
em ti,
palavras.
Simples como o passar das horas
em que, silenciosamente,
aguardo-te
percebendo ter um coração.
Sim: um coração movendo um corpo
embebido na fragrância da alma
com a simbiose que os olhos denotam.
Depois da tua íris,
o tempo parou,
e o credo de te ver
sob a espessa névoa
que teu sorriso encanta inverno,
é o relógio caloroso da ternura...
O que mais haveria eu de sentir
na noite em que faço o de sempre:
esperar?
Nada além.
Nada aquém.
Mas sobre a atmosfera que tuas formas
- depois tuas inflexões e gestos -
seduziram-me,
há essa nebulosa multicolor enredando-nos
- mente com mente,
coração com coração,
alma com alma -
induzindo nossos corpos
a um ponto comum incandescente.
E é isso o que me faz maior
do que o Tempo dentro do silêncio ousado
que me dou o direito
porque fiz-me palavra em ti
e sou o príncipe do povo
com as portas abertas do peito-abrigo
onde construo castelo sem muros
para o nosso conforto...
(7/8/11)
terça-feira, 7 de junho de 2011
Bandeira Vermelha
Sei do ontem entre a expectativa de um prazer coletivo e uma neblina em minha alcova.
Sei do hoje que me debato nos braços da derrota que me acorrenta.
Não sei do amanhã, do porvir de um pássaro vermelho cujo nome carrega no coração do povo o admirável e seco gosto vil que dramatizo em minha boca que gritou aos quatro ventos as palavras de nossas lágrimas.
Satisfaço-me em minha simplicidade só, como alguém que não aprendeu a perder.
Perdido em minha alma, meu sentimento calejado aprofunda para dentro de mim, que não reconheço no espelho velho de efígie sombria.
Carrego meus passos cegos que não sentem a dor do sol que desaba sobre um corpo.
Velho: foi assim que o nosso inimigo nos julgou por não entender da sabedoria que o tempo trás.
Novo: é assim que desvendo minha dor.
Rastejo até o momento de prazer tão raro que mal posso admitir uma felicidade.
Não quero mais olhar as ruas.
Tenho vergonha da perda, e ver o palácio alheio enche-me de sombras.
O que restou foi a luta admirável da nossa bandeira que ao vento enobrece nosso abraço de lágrimas que, com nossa paixão, sabe por onde derramar-se.
Esse lugar é o nosso rosto que representa com força a voz dos derrotados.
Um passo atrás, dois para frente... assim nos ensinaram.
Vamos assimilar carregando cada irmão ao seu altar.
Vamos aprender gritando o que nos dói.
Vamos defender nossas vozes rebeldes que num amanhã próximo, eu tenho certeza, será o canto único de nosso povo.
Não vamos acabar, não vamos morrer, não vamos definhar.
O nosso dia virá justo, crédulo, crescente e sei o quanto mais forte será nosso choro: do tamanho do céu, como aprendi a amar.
Sei do hoje que me debato nos braços da derrota que me acorrenta.
Não sei do amanhã, do porvir de um pássaro vermelho cujo nome carrega no coração do povo o admirável e seco gosto vil que dramatizo em minha boca que gritou aos quatro ventos as palavras de nossas lágrimas.
Satisfaço-me em minha simplicidade só, como alguém que não aprendeu a perder.
Perdido em minha alma, meu sentimento calejado aprofunda para dentro de mim, que não reconheço no espelho velho de efígie sombria.
Carrego meus passos cegos que não sentem a dor do sol que desaba sobre um corpo.
Velho: foi assim que o nosso inimigo nos julgou por não entender da sabedoria que o tempo trás.
Novo: é assim que desvendo minha dor.
Rastejo até o momento de prazer tão raro que mal posso admitir uma felicidade.
Não quero mais olhar as ruas.
Tenho vergonha da perda, e ver o palácio alheio enche-me de sombras.
O que restou foi a luta admirável da nossa bandeira que ao vento enobrece nosso abraço de lágrimas que, com nossa paixão, sabe por onde derramar-se.
Esse lugar é o nosso rosto que representa com força a voz dos derrotados.
Um passo atrás, dois para frente... assim nos ensinaram.
Vamos assimilar carregando cada irmão ao seu altar.
Vamos aprender gritando o que nos dói.
Vamos defender nossas vozes rebeldes que num amanhã próximo, eu tenho certeza, será o canto único de nosso povo.
Não vamos acabar, não vamos morrer, não vamos definhar.
O nosso dia virá justo, crédulo, crescente e sei o quanto mais forte será nosso choro: do tamanho do céu, como aprendi a amar.
sábado, 30 de abril de 2011
Sobre a Alma de um Guerreiro
Seus olhos sempre expressam a alegria e a Fé na Vida,
como um visionário a compartilhar
novas percepções do mundo.
Seu mundo é o de todos,
e nele,
sabe de tantas dificuldades como poucos,
e tem um poder de renascimento,
quase inexplorado,
intrínseco à sua existência.
Sempre soube o seu valor,
na dignidade
e nas ondas sombrias que céus,
sem explicação,
tentam impor-lhe tempestade.
Ora, como afogar aquele que faz
da gota d'água pixe
um oceano de redenção
com seu navio e seus braços
a apontarem caminhos?
É impossível!
Pois ele desbrava com inteligência e sagacidade
o caos que a doença poderia fazer-lhe medo,
e produz produz a Arte
que move paredes e corredores
e faz chorar de admiração
aqueles que percebem
poder voltar a trabalhar pela vida
e não sob o jugo da morte!
Essa gente toda,
com a energia desse raro homem,
volta pra casa em seus aventais brancos,
diferente,
com um Amor que não conheciam,
o Universal,
e o passam para os seus,
talvez sem nem mesmo perceberem.
Então, esse jovem corajoso
sente outra vez a turbulência
de uma natureza disforme em si.
Sua imagem no espelho
move-se antes dele,
algo quer capturá-lo.
Suas pernas tremem involuntariamente,
mas ele prossegue
olhando e procurando
o seu reflexo.
Põe força no olhar
da Alma de Guerreiro
que tem e,
no pensamento,
a concentração e a Fé são hercúleas.
Ele respira profundo
o ar robusto de sal
no meio da intempérie oceânica
e a força de sua expressão
busca a sua imagem
- inteireza do corpo -
que lhe devolve os mesmos gestos,
pois que a efígie enigmática e doente,
das profundezas do coração desse Lutador,
sucumbe ao Ser Inteiro
que volta para a Casa do Amor
sob o signo de seu característico sorriso
a contagiar todos com pureza
e a chorar e vibrar
com a vitória que trouxe,
definitivamente,
a Paz!
(29/4/2011,
para Matheus Cony)
sexta-feira, 25 de março de 2011
Borrões do Pensar e da Palavra
O que faço com o Amor
tão belamente conquistado
através dos dias
e do que,
Cronos anulado,
me refugio, cobro e não demonstro,
não tem como entender...
A insegurança,
sempre sem chances no galanteio,
se apossa de meus pensamentos cíclicos,
pois tão logo eles desafogam suas angústias,
livro-me,
porém, não da culpa.
A prática discursiva é de se invejar, talvez,
tal a eloquência...
A prática dos atos dentro do mundo
pronto para ser conquistado
é a vergonha,
a ignorância incompreensível,
o borrão da palavra!
O renovar-se parte
do empirismo e do desconhecido.
Há modelos vagabundos, desmemoriados,
desatentos, isolacionistas
que não podem mais possuir meu ser
que, assim, envelhece-nos!
Por que esse risinho estúpido
quanto ao que escorre dos sentidos
e cobrará a cuca
pela desqualificada forma de amar?
Sobre Um Cérebro
Onde se desliga essa máquina fantástica
de massa
expandindo-se em meu crânio?
Como esquecê-la, se ela é quem faz as lembranças,
num estalo, despontarem?
Por que me sacrifica,
obsessivamente controlando sentimentos do coração que,
quando não dominados por suas pressões sombrias,
produzem sorrisos e prazeres que jamais compreenderá?
Preciso de um descanso, seu neurótico!
Os que sentem
só o necessitam
quando quase explodem
num deleite abissal!
Melhor tê-lo como a um amigo, respeitá-lo...
Não o fiz...
Como, agora?
Da energia concentrada e escapada,
posso dizer
do meu insuportável pensar:
constrói e destrói.
Qualquer facilidade escapa usando demais...
Onde está a tomada?
Queimemo-lo de uma vez por todas!
O que soube ele desde o começo?
O quanto aprende ainda,
mesmo sem sinapses?
Qual a quantidade sufocada sem razão
pelo coração indisciplinado?
Cadê aquela calma
que o oxigênio me concedia?
Safadezas
Eu pude ouvir a tua voz.
"Pára!", disseste.
Eu perguntei sobre passos
e ouvi o silêncio e uma indagação disfarçada.
Procuro não alimentar-me da dor, padrinho,
mas só a sinto...
É dor que nem é.
É estranheza na beleza dissipada
num horário agendado
pelo meu desconhecer e desconfiar.
É não entender sem chorar pelo não entender,
porque chorar não compreende entendimento.
Porém, há lágrimas
na mão
sobre esse peito
interrompido pela ignorância.
As Palavras Demais
borbulham química na minha boca.
Tenho certeza dessa calma
em que descrevo a insânia!
Estou terrivelmente calmo!!!
Por não te trair serei traído?
A Natureza me explicaria isso?
O Safado estava certo: tudo isso não passa de tapeação!
Ônibus
Ô, meu irmão!
Tê mais calma...
Estás aqui como trabalhador,
não como o algoz que,
por fim,
põe a ti mesmo
na lata de sardinha seca.
Tua cara sisuda lendo
- ou fingindo ler para elhear-se -
mostra-me todo o nosso desconforto...
Noites racham os céus úmidos
e tu envergas ombros e crânio
em pânico
para a proteção que,
envergonhado pelos atos falhos
e posterior calar,
a todos nós inspiras picardia.
Dias sufocam a labuta que te restou
e tu nem procuras a informação sobre
a temperatura do próximo dia no jornal,
pois sabes já:
o que raia é pura maldade irradiada por Deus.
Quase lá, na orla
Cansado dessa solidão rondando-me,
não me deixando,
fora de meu alcance...
Prefiro ir só,
desfeito por minha atitude.
Traição minha: perdão!
Solidão: vem chorar nos meus braços!
Outro despertar desdenhoso e rançoso coleriza-me.
Mas nada digo,
pois seria uma vergonha dentro daquela estranheza,
que antes era outra coisa que não paz
- mas sem tanta estupidez e rigidez -
silenciando-me
por uma
pseudo-ordem da coexistência...
mas a desarmonia por ora...
A carne e o desejo
esbarram na tua norma casta,
mas são os meus eus mais amorosos em tua direção,
porque afagos.
A calma não é apaixonada,
é triste e cansada,
e sequer me tem como mãos e ouvidos.
Seria errado eu não tê-la desprezado
para sorrir
e te fazer sorriso
depois da agonia ao te mentir?
De qualquer forma
minto,
pois já não estamos...
O tempo cai sobre o Rio Guamá
e eu não choro
só
porque há como sorrir...
Hoje
Cá estou eu: trancado por ela que deixou-me as cópias.
Posso sair.
Posso ficar.
Por que me fará preterido?
O que há de tão obscuro
- ou de tão óbvio -
que ela não me convidou?
Não gostaria de suas palavras outra vez?
O seu sofá, bagunço.
O que há de tão burro em mim?
A loucura espacial dessas vidas...
Seu passeio é liberdade no seio fraterno.
Meu incômodo
- que já não mais há porque vim aqui compreender-me -
floresce na poesia entoando um hino de maturidade.
Há sua vida pregressa,
da qual tão pouco fala,
por cidades e casas:
dentro, desfamílias dentro de famílias e
de solidões, obstinações, conquistas,
crescimentos consagrados pela luta diária que nunca vi
porque éramos outros por dentro e por fora de outros
que nos geraram e nos formaram para,
hoje, sermos outros.
O que poderia ser mais glorioso do que o instante?
(Essa pergunta já findou...)
Prossigo no silêncio que me inspirou o desafio proposto.
Somos todos tão sós...
Creio que só existo visceral e realmente assim!
Penso nessas casas que frequento...
Quem moramos nelas?
Casa maior têm os artistas!
Mas como são solitários...
Situação Nova, estou Te desafiando!
Dessa vez, tempo e espaço são meus aliados!
Há dor nisso tudo.
Mas há propósito na dor, por ora.
Sirvo somente ao meu coração!
E ele está inteiro por aqui!
Teria outro lugar para me desafiar agora?
Cá prossigo eu: libertado por mim sem deixar que de meu pior copie!
Logo, cá estaremos!
sexta-feira, 4 de março de 2011
Teus olhos
Doces: o cheiro do mato
no meio do obscurantismo concreto.
Loucos: a libido extremada
na lascívia liberta entre o que palavras e atos
fazem o mesmo sal que saliva em nossas bocas.
Tristes: as trancas de tua história
saltando artérias oculares,
poços de lágrimas
que meu abraço e compreensão,
em tua contenção,
aliviam,
adiam a palavras...
Silenciosos: dizendo tudo o que a Alma Corajosa,
dispensando trancas,
prossegue o não piscar,
fazendo a aventura do sorriso.
Cor de Sol na minha noite só:
a saudade mais terna, vulcânica, dócil...
Idílio de Céus na memória olfativa:
com ou sem estrelas,
o olhar pra cima
nos derrama chuvas de perfumes
que aromatizam a atração
e fazem-nos união.
Percepção de meus Eus nas lágrimas de tua admiração:
faço o meu mais profundo e genuíno,
dás-me o teu mais simples e sublime.
Vibração de teus encantos por todos os ângulos, volumes, movimentos e deleites:
o Amor e a Paixão
que a voz da hora diz
como vingam
o Tempo,
o Sentimento
e a Razão.
terça-feira, 1 de março de 2011
Vandalismo: tão bonito quanto uma pedrada na cara de um guarda!
Mas a pedra não sai da mão.
O ar não é para respirar.
A fumaça é engolida para o alívio no jantar.
Treme, irmão, treme.
Nada te resta além da ilusão.
Eu que mendigo empatia
sangro por ti nesse caderno sujo.
A foice é só a da Morte.
O martelo é a sirene doente na cabeça.
Noite sem fim
num Bom Fim
de restos mortais avisando a todos nós.
Mas para qual fim,
se os que produzem e reproduzem restos mortais
se alimentam exatamente
dessa ex-humana carniça?
Eu me espanto, sim,
pois ainda me espanta
a falsa cegueira.
Vândalo sou eu?
És tu na luta seja lá contra qual injustiça?
Ou são eles,
os escrotos de gravata
comendo caviar e cagando os restos
pra fome nos barracos,
nas periferias,
na pequena burguesia
idiotizada e metida a besta
se perdendo?
Diabos!
Pega essa pedra em minha mão, irmão!
É diferente da tua!
Não dissolve em combustão
e chama uma briga boa de verdade!
Lá onde eles estão,
não na tua pobre e esquecida alma
onde a fumaça
toma conta do teu corpo
e corrói teu coração.
Pega essa pedra aqui, irmão!
Prometo contar até três
e arremessar uma outra também...
sábado, 5 de fevereiro de 2011
A mão de um Homem
Arranco os pelos do peito e rompo,
com minhas unhas
pra cima e pra baixo,
a pele.
Invado artérias,
veias
até chegar aos músculos
que tentam pôr força,
mas nada deterá
minha mão.
Finalmente,
encaixo os dedos,
um a um,
entre os ossos do meu tórax
e eu o arrebento
ao fechar
minha mão em pedra.
(Arrepiaram de tanta inveja,
penso rindo...)
Então, sinto
o coração pulsando
e o agarro firme,
o puxo pra fora
fazendo esguichar meu sangue
por todo o meu paraíso e,
faminto,
dou-lhe uma dentada,
mastigo o naco
e o devolvo
ao meu profundo
pra ver se ele
suporta a penitência
de meu cérebro
inocente
trancafiado na dor
de uma existência
maravilhada
com o caos
que sabe
jamais
findar-se...
sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011
Um sono idílico em meu sonho real
Quero-te tanto em minhas mãos,
em minha pele,
em meus olhos refletindo os teus...
Quero me saciar em tuas entranhas,
te pôr num céu de gozo...
Tuas mãos em meu corpo,
o carinho de tuas palavras traduzidas
em silêncios e gestos
percorrendo
os poros, os pelos, os cheiros...
Uma composição na madrugada
enquanto dormes
e a luz tênue da lâmpada de cabeceira
revela as nuances do que,
inconscientemente,
já sentes de minhas melodias e palavras,
assim como o teu corpo,
em luz e sombra,
movido raramente por teu sossego,
é acolhido pela canção
atravessando a noite...
Meu violão, minha voz:
a pintura que faço de teu conforto...
Depois, meu sono
de lágrimas e sorrisos
abraçado às tuas costas...
sexta-feira, 28 de janeiro de 2011
Mulher
Sou apaixonado por ti, beldade!
Tu, Mulher, eterna em minha mente,
efêmera para meus olhos.
Não sabes o bem que fazes
à alma desse poeta
tão destroçado,
amanhecido de inspirações doentias.
Tu, Mulher da Manhã,
és lume no entreolhar
com o horizonte
atravessando
a alta janela
até minha mente e meu coração
em trevas.
Trazes nesses olhos de deusa
a lascívia das damas.
No andar,
a dança dos sonhos púberes
mais profundos das noites
por nós umedecidas.
(Meu suor respinga o que pele
permite idílio
na poesia própria que és,
Mulher!)
Sobre a volúpia de teu corpo
em montanhas
elevando-me ao céu,
sinto o som do vento em meu rosto
trazendo o grande prazer
pelos meus sentidos.
Então, contraio e estremeço
todos os músculos
até alçar o vôo absoluto
através do Paraíso
que me entregas
aos suores siameses.
Chegamos à
Imortalidade Anil
e adormecemos
na mão de Deus,
leito dos Amantes...
Tu, Mulher, eterna em minha mente,
efêmera para meus olhos.
Não sabes o bem que fazes
à alma desse poeta
tão destroçado,
amanhecido de inspirações doentias.
Tu, Mulher da Manhã,
és lume no entreolhar
com o horizonte
atravessando
a alta janela
até minha mente e meu coração
em trevas.
Trazes nesses olhos de deusa
a lascívia das damas.
No andar,
a dança dos sonhos púberes
mais profundos das noites
por nós umedecidas.
(Meu suor respinga o que pele
permite idílio
na poesia própria que és,
Mulher!)
Sobre a volúpia de teu corpo
em montanhas
elevando-me ao céu,
sinto o som do vento em meu rosto
trazendo o grande prazer
pelos meus sentidos.
Então, contraio e estremeço
todos os músculos
até alçar o vôo absoluto
através do Paraíso
que me entregas
aos suores siameses.
Chegamos à
Imortalidade Anil
e adormecemos
na mão de Deus,
leito dos Amantes...
terça-feira, 18 de janeiro de 2011
Voragem
Eu pulei dum penhasco.
Minhas asas de anjo sofrido
apontavam-me para o fundo
daquela cidade de chuva infinita.
O fim era sonho;
o vôo, o despertar do coração;
a origem, aquela
que construía os prédios
e pintava-os
para nosso
deleite compartilhado.
O tempo nunca fora
assassino para baixo - pensei -
e depois
gritei em plena vertigem
a esse anjo carnívoro,
enquanto fluía agilmente:
"voragem é essencial:
que o belo caos de tua boca
seja a morada de meu pousar!"
segunda-feira, 10 de janeiro de 2011
Tua Febril Ausência
Pensei em te descrever meu quarto,
bem dizer o altar sagrado
de meu Amor
e de minha
lascívia amorosa e selvagem
minuciosamente.
Isso apenas serviria
para meu ego
a fim
de buscar uma resposta
afirmativa
sobre tua curiosidade.
Bem, pouparei-me da desilusão
caso,
confirmando-se-a,
esmoreças,
e não me entregarei ao tosco
detalhar de uma realidade
que tu deves primeiro sonhar
até o martírio,
para, então,
libertar-te em minhas luxúrias,
arbitrariamente arrastada
pelo tufão
de minhas paredes
rabiscadas de poesias,
chacoalhadas,
noite após noite,
por tua febril ausência!
segunda-feira, 3 de janeiro de 2011
Carta a Uma Poetisa ou Uma Chata Lição de Moral
(...)
"Teus belos olhos escuros cor da noite louca",
disse a única louca que persegue-me sem triturar-me.
"São eles que veem tua alma e teu sorriso lindos",
"São eles que veem tua alma e teu sorriso lindos",
respondi, como singelo poeta.
"Sorriso lindo que é uma medíocre ilusão do que é belamente sorrir igual aos poetas...",
redarguiu.
"Oh! és poetisa, já te disse...
mas as musas são infinitamente mais belas do que nós...
mas as musas são infinitamente mais belas do que nós...
por dentro e por fora, seja dito!"
"Grande conquistador...", disse a solitária dolorida inquieta alma sem voz
com palavras cheias de pulso e,
dubiamente,
repletas de flores inesperadas.
"Não!
É o silêncio de minhas palavras...
Talvez meus olhos noturnos de lobo,
minha fome selvagem,
minha fome selvagem,
meu beijo de flor partida
para voltar
em caule e terra
na manhã posterior à noite
da primeira profundeza carnal e amorosa!
Talvez, no entanto,
apenas as palavras,
o dom vindo sei lá diabos, Deus, humano
de onde.
Então,
alguns suspiros femininos e a alegria sem fim,
Então,
alguns suspiros femininos e a alegria sem fim,
a felicidade rara dos momentos
que o tempo produz subitamente,
e a paz do cérebro
quando o coração vence
o demasiado pensar...
Outra manhã:
uma Amada no seio da alma do éter da humanidade..."
Outra manhã:
uma Amada no seio da alma do éter da humanidade..."
"Poeta, me ajuda a escapar desse Universo
que eu não consigo ser feliz?"
- indagou-me, suplico-me com o fel de sua incondição, como se eu fosse um sábio...
Pobre diamante!
Deus...
Bem, só posso falar daquilo que sei, daquilo que experimentei,
seja lá isso bom, seja lá isso ruim:
1) por mais que te doa e não compreendas
a dor gritante nos teus olhos
que ninguém vê,
não procures abrigo na química,
pois é fuga
e só leva a gente
para um amanhã mais doentio, cego e perdedor;
2) mesmo que o Amor mate,
por vezes,
o teu profundo,
- pois sempre haverá abismos com a boca aberta para a imensidão do céu -
Ama sem restrição,
porém, sem submissão;
3) lê, lê, lê! - pois os livros ensinam mais do que o quotidiano óbvio, insípido, incrédulo, fanático, robotizado que é o nosso milênio;
4) respeita-te antes de respeitar aos outros, pois, assim, serás respeitada
e, então, respeitarás,
conquistando, indubitavelmente,
paz e melhor autoestima;
5) enfrenta teus medos, fantasmas e pesadelos;
6) procura, escava muito, muito trabalho feito com coração, corpo e alma! Isso é essencial para o resto, pois toma a gente de espírito leve e de tempo completo;
7) Fé: em ti, nas pessoas e em Deus!
(... suspiro...)
Bem, não que eu consiga diariamente tudo isso, mas persigo.
São algumas coisas que aprendi
e não me fazem pensar mais,
quando acordo:
"puta merda, mais um dia...
estou vivo de novo...",
cuspindo meu sangue quase cancerígeno.
Hoje desperto pensando:
"tentarei o meu melhor!"
E quando não atinjo todas as metas,
E quando não atinjo todas as metas,
deito já sonhando:
"hoje não fui tão bem, mas amanhã será melhor!"
De qualquer maneira, tu já sabes, Poetisa:
"palavras também servem para serem caladas quando não sabemos explicar...",
ensinaste-me.
Verdade!
Então,
que tal
um caderno, uma caneta
em tuas mãos
para o caos misturado
ao silêncio profundo da alma?
Arte e Ternura
Eu quero que me perdoes
e me Ames
e tenhamos paz,
como tudo o que senti na tua voz
quando voltamos a nos falar.
Ah, ciúmes imbecis que perdem
Amores, momentos, poesias, inspirações e canções
que poderiam me pôr ao lado de Deus!
Um poema espontâneo para o momento de alegria à tua espera...
Teu cheiro inesquecível.
Os instantes no meu caminho,
no meu olhar para frente depois que pegas o ônibus,
a flor com a qual te surpreendi,
a saudade que o tempo prova,
a noite chovendo em mim o teu ventre,
o teu perfume,
a tua pele,
o teu beijo
e o teu gozo frenético
odiando o Amor imenso,
mas Amando sem explicar,
fugindo porque medrosa,
mas Amando sem explicar,
fugindo porque medrosa,
voltando porque sem saída!
Mas também fui orgulhoso várias vezes.
Esse tempo, creio, me trouxe uma paz...
E ouvir tua voz novamente
trouxe-me algo muito bom: tu!
Tua confiança debruçava-se novamente sobre mim.
Se estás doente,
o que sentes agora que vais começar a viver,
e justamente dentro da doença?
Te espero há dias!
Confia em mim!
Vamos ver um filme,
rir e ouvir música.
Lerei poesias pra ti.
Minhas e de meus preferidos!
O que achas?
Remédios a conta-gotas de Arte e Ternura...
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