sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Procura: aqui

Quando eu procuro as palavras
- mas não agora -
perco o sentimento.
Toda vez que penso que precisas do meu conforto
te ponho ao longe.
Meu problema?
Ainda achar que sou Deus
e que posso te aninhar
num céu
que nem mesmo eu possuo.
Por que ainda tão difícil compreender o silêncio
se nem mesmo essas
palavras têm poder?
Explicar aquilo que não há oratória é perder a prece!
Esse coração trêmulo
ardendo
minhas mãos.
Meu toque gemendo
teu vulcão que,
em lava,
como hecatombe de uma cidade iluminada,
eu resfrio na escuridão oral.
Depois, a velha expressão procurando,
ao teu modo, a ti.
No amanhecer estabanado,
tento te mostrar que vejo,
ou vi - tardiamente, sei -
mas cheguei a algum lugar que já me mostravas
por outros descaminhos meus e,
em poucas palavras,
deslizo no chorar
reconhecido
do não choro
do olhar.
Por aqui prosseguimos,
um ao redor do outro,
trespassados de humanidade
e procurados pelo que parte de dentro.

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