sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Chamado

Vem aqui perto.
Isso, assim.
Toca em meu coração
duro e o amoleça
com ternura,
sem pressa.
Me esvaio ao fazer
o teu coração seco umedecer
veias e artérias,
irrigando o cérebro
para as sensações que raramente incendeiam.
Chega mais próxima a mim, sem medo.
Meu sorriso te convida
para um passeio pelos canais
entre matas desvirginadas
e o meu remo
tu conduzirás
por entre o estreito e o mais profundo
da natureza.
Leva-nos!
Confio em ti
a ponto de fechar os olhos e sorrir.
Posso sentir facilmente
minhas mãos
triturarem
as pedras em teus ombros
depois que a força
desobstrui tua rigidez
e, o suor,
da leveza,
difundir no que deriva.
Dessa vez
tu chegas primeiro,
apesar de,
novamente,
eu ter começado:
aqui estarás tu,
sossegada,
sobre meu peito ainda palpitante.
Portanto, não paro no caminho,
o movimento intensifico
nos meus braços que te protegem,
e busco-te avidamente,
enternecendo pra dentro de ti
o sorriso que recebes com o olhar,
e então, concebes a vida
que nos descansará na terra.

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