sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Essa poesia é tua

Há tantas tristezas nessas mortes em mim, que essa ressurreição mal suporta - nos violinos e nas harpas - as oscilações dos tons em cada canção: seja numa nênia, seja no choro de um recém-nascido.
Há tantas coisas nas quais eu queria acreditar, embora em verdade, espontaneamente, creia...
O que eu faço com esses eus emergentes pedindo socorro por falta do que serem?
Quem, afinal, são?
É impossível lapidar-me sem a brutalidade dos egos!
Não posso ser a beleza ímpar para ti eternamente!
Eu tenho defeitos como poemas escondidos que estão vinculados às virtudes dos poemas declarados!
O tempo que me estagnou é o que eu sou e, a ele e a mim, incito.
Procuro não abater, com minha fúria vulcânica, o vôo dos teus olhos que pousam na pele que te deseja.
Tento meu repouso com perguntas que reiteram e ratificam o silêncio, e a obviedade me desqualifica.
Tu provocas minhas estações e eu sinto o aroma ser compartilhado suave e paulatinamente por teus pulmões de sóis, trovões, ventos e girassóis!
Entro em contato contigo e saboreio climas indecifráveis brotando de atmosferas sem precedentes!
Suponho meus jardins, mas tu queres, antes, explorar meus baús.
Tuas chaves excitam trancas e aceitas florescer em mim!

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