quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Acauã entre elementos

Alimento velhas armadilhas no ato sem erro que simplesmente me faz desentendimento.
Desligo o gás tóxico da dúvida.
Exponho na mesa minhas mãos.
Suporto-me porque sei que meu caminho é de névoa.
Insisto no acerto da calma.
Declaro minha impotência para achar forças no meu veneno astuto.
Quase choro minha solidão.
Quase choro sem entender das lágrimas.
Quase choro para a depressão me dizer que estou nos seus braços de deusa.
Quase choro meu sorriso extravagante ditando, fervendo, protegendo, esparramando Amor.
Do vazio sol que me superestimou, retorno à amplitude incomunicável.
Isolo-me, consciente do necessário buscar-te.
Encontro infernos declarados pela experiência e sigo respirando meu desencontro.
Alucino asneiras e percebo-me tolo.
Sombra e luz vêm de mim para indagar-me.
O conflito é meu.
A resposta, conquisto em nós.
Nossos póros, nossos olhos, nossos cheiros, nossa calma, nossa confiança.
Nossa casa latejante embala-nos da carência à plenitude una, logo vigente.
Águia bela e atenta sobrevoa terra prometida.
Paira num céu cujos astros guiam-na.
Pousa, sedenta, à beira do lago que, caudaloso, provoca enchente.
Aninha-se nos galhos que, caso não os encontrasse, secariam e, em combustão, para nada haveriam de ser.
Reinos animal e vegetal procriando uma nova alma!

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