terça-feira, 6 de março de 2012

Carências...

Toda vez que tua mãe me olhou,
disse,
em silêncio:
"coitado desse guri...
será que não percebe?",
ao invés de:
"bá! Que felicidade ver minha filha bem,
tomando rumo na vida!"
Sempre um olhar surpreso
por minha inocente idiotice...
O idiota - invariavelmente - cairá
na mesma cilada contra as mesmas armas...
Isso é fato...
A novidade é a novidade,
e não a fenda entre tuas pernas,
com a qual faço da vida um encanto
que tu não respeitas após todo o momento mergulhado em ti,
senão fazes da tua ausência
o oxigênio que só tu me tiras,
pois, quando sem ti,
há tanto ar ao redor de meu ser
que meu cérebro não dói como em tardes de tempestade...
Também é fato que respiro melhor entre outras pernas...
Pra quê, então, a prisão da tua carência?
...

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