Toda vez que estive preso,
me libertaste
com teu corpo
onduloso
encaixado ao meu peito,
ajustado às minhas mãos,
que era por onde
eu começava a dizer.
Toda a angústia momentânea
se esparramava
de uma ideia surgida em ti,
um sentimento
intrínseco
a nossa história.
Chegavas à minha poesia e,
minuciosamente, - muitas vezes
aos prantos ou aos arrepios -
minha Alma sobre ti punha cor
no éter
com íntimo contato.
Fazíamos Amor sem pressa,
que pressa
é para quem não sabe se dar.
Cada carícia, uma resposta peculiar.
Enclausurados
na momentânea masmorra do Amor,
onde havia Liberdade,
que se dava na mente,
no desejo,
no tocar.
Mas em solidão também:
sobre pontes das quais poderia voar.
E em ruas
pelas quais o ar que me tirava o ar
me empurrava para dentro do meu olhar para dentro
e eu encontrava-me a cantarolar,
imaginando-te, Amada,
por mim ainda intocada.
Belíssima, resplandecias à minha espera
entre rascunhos,
conclusões metafóricas,
sonhos e medos
de dor e de Amor.
E quando eu achava
ter o poder sobre ti...
Oh, pobre de mim!
A intuição me levava
ao teu conforto atemporal,
mas as minhas carícias
eram concluídas
com o gozo,
e dele,
eras tu quem indicavas
os ventos da próxima composição...
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