sábado, 24 de julho de 2010

O pior dia do ano

A imagem anterior, mas não a rotineira.
Aquela que um dia fora Amor.
A rotineira, nem tanto.
Tu, em grãos,
constituindo um todo que eu afastei,
que tu afastaste.
Margeio rios de insânias.
Molho meus pés.
O arrepio e o horizonte guardando
a dor latejante que só
a noite embriaga.
Um guri nu repetindo suas ofensas
em suas perturbações.
Eu tenho que aguentar.
Até que o Silêncio se ofereça...
A esquisofrenia me seduziu numa dança
que me fez estrebuchar!
Louco, doente, esquisito, sortudo, palhaço, canário, solitário, passional, pegajoso...
Filho de muitas putas!
Aguente esse vômito enquanto caga sangue!
Isso! Uma esmola para o crack no sinal...
Respire essa chuva de desdém
que você
amava
agora que o desdém
não lhe ama
e nem chora ao telefone pedindo
seu amor maior
por medo
de si!
Engasgue com o naco de sua língua
alimentando sua angústia!
Quebre seus dentes com um martelo!
Você é um inútil e a culpa
será sempre
sua!
Soe qualquer coisa original.
Uma lambida inesperada no pescoço
daquela vadia e tudo
no seu lugar...
Porra dos infernos!
Estava só na lua, não na carne dela!
Esgoto sempre corre!
Coração sempre...
Sempre sofre...
O suor das tuas mãos...
Quando eu tinha dezesseis anos,
tu já eras mulher
e logo foste
mãe.
Teu sorriso é uma mentirazinha ordinária que me excita!
Meu coração não partiu, o que rachou foi a rua
do acaso na casa do Poeta
quando o beijo,
por descuido do Tempo,
só por esses dias
aconteceu.
Puta que pariu!
Eu sou um mentiroso, mas não vou escrever isso.
Bá! Já escrevi.
Bem, talvez eu não seja, então.
Saudades!

Nenhum comentário: