terça-feira, 9 de julho de 2013

Tormentos de Uma Combustão

Nós, que andamos e desandamos
Pelas agruras às quais nos submetem
Aqueles a quem questionamos em nossas
Vestimentas
Sonoridades
Pensamentos
Filosofias
Discursos inflamados,
Colocamos tudo pelo ralo
Quando reunidos em nosso Templo
Nos levando à loucura,
Ao vazio, à dúvida, à deriva
Em nosso egoísmo
Suscitado subliminarmente pelo Império,
Monstro escamoso que julgamos,
Mas, sem vergonha alguma,
De sua fonte bebemos,
Trucidando-nos,
Um a um...
O Rei que dá é
O mesmo que tira.
Não nos acostumemos, portanto,
Com o que nos é dado -
Logo nos roubarão o dobro!
Não nos acostumemos
Com os mandos e
Os desmandos de Senhores!
O direito de ir e vir arrancado:
Falo violentado,
Ventre castrado.
Dor oprimindo o baço,
Uma tinta na mente
Escorrendo pela carne raspada com aço.
Antiácido,
Desilusão...
O povo desdentado
Por quem luto e em quem acredito
Me arrancando, noutro assalto,
Mais um pedaço.
Mas, prevejo:
Será de cima
Que farão pender o meu pescoço
Surpreendido,
- A qualquer momento -
Por um laço...

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