Cidade Baixa
Cidade Baixa:
Stalingrado de Drummond em Porto Alegre.
És o cemitério da cultura, da Arte e da boemia
Após o teu cume.
Querem-te calada,
Mas nossas mãos, instrumentos, corações,
Almas e vozes cantarão
Teu império de felicidade e Liberdade!
Aqueles que te caluniaram
Não enxergam no espelho as próprias carcaças,
Docilidade perdida
Nas estações de seres mal-cuidados...
Aqueles que deveriam te fazer brilhar
Fomentando a transição
Do velho para o novo e sua aproximação,
Culturas
Transitando em igualdade
E em cumprimentos respeitosos,
Te calam com uniformes e autoritarismos
Do século,
Do milênio passado,
Quando cães farejavam as gentes
Por escreverem e gritarem
"Somos Livres!"
Agora, nessa Era de pseudo-liberdades,
Os senhores voltam com as velhas armas
Da Governança do Silêncio:
"Não se expressem!" - gritam eles.
"Por quê?" - indagamos
Após o novo golpe.
"Não te devo explicações, vagabundo!"
Eu estava numa esquina
Tocando minha viola
Com meus amigos...
Resolvi fazer de meu instrumento uma arma!
Essa arma canta flores.
Essa arma desarma os muros da incompreensão.
Essa arma é tocada de Amores.
Essa arma desata os nós da solidão.
Essa arma faz e defende Amigos.
Essa arma faz, luta contra e desfaz inimigos.
Essa arma conspira com nosso arrepio.
Essa arma se propõe Paz
E acalenta os indóceis e mecânicos,
Dispondo-se a um novo e conjugado desafio.
Compreendemos sua ganância
E fome de arrancar
Nossas mais intrínsecas vontades,
Nossos indeléveis sonhos incomensuráveis.
Pois querem-nos párias, néscios,
Abutres de nossa própria cultura.
"Não!" - gritamos.
Somo Humanos
E do senso de humanidade
Vivemos e dependemos.
As marchas, os corres,
As loucuras, as manifestações,
A Lua:
Tudo nas veias de tuas ruas,
Como nas veias de um povo
Vermelho, Amarelo, Branco, Negro Unificado
Em cantos, risos, chuva e Louvor
Ao simples: o Amor
Em alta
Na Cidade Baixa!
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