Luz de nenhuma estatura.
A alergia sangrenta de dez anos no suicídio do cheiro de teu amor.
Aborto amoroso da minha covardia.
Bíblia anal que eu estuprei no teu coração.
A alma da criança desceu com toda a carne e o sangue por onde enfiei amor e paraíso,
e tu choraste silêncios em meus cálices entorpecentes.
Ensinaste-me a gozar e a chorar
quando mundo era trevas
e, espelho, zombaria.
Claudicante ensaio de homem.
Homenagem de Deus nosso Amor.
Perfeição em teu ventre -
vômitos e indiferenças calculadas -
transtornos eternos rejeitaram.
Dor labial sangrando praias de vãos lado a lado.
O céu chapado no sofá para a esquerda na paixão.
O lodo no sofá para a direita na despedida.
A obviedade da tua razão sobre a doença!
Minha condenação estúpida:
"socorro, doutor! Eu vou me matar!"
Era o que meus olhos gritavam lá de cima
com a carta de despedida no bolso da calça rasgada e desbotada
naquele trabalho-prisão.
Desencontro fetal:
alma e carne na paixão
que a vida nova
não exposta por teu útero
me custou.
Dez anos de teu cheiro distante
e a memória vindo
brincar de Deus...
O perdão, o preço e o sonho...
Não tua presença.
Apenas aquele anjo de nome impensado rondando meu desconforto...
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