Será que virás nos meus sonhos essa noite?
Como será?
A ferida cicatrizada que tiro a casca com minha unha, ou a água quente derretendo as contraturas de minhas costas
e pondo o paraíso
em mim com a tua boca?
A distância faz minha carne devorar os teus olhares
sobre minhas mãos nas tuas.
Teus olhos derramam lágrimas de sol nas manhãs que eu respiro:
nós estaremos mais felizes
quando nossas carnes se fundirem em sal.
Eu procuro o mar no céu desértico
da tarde metropolitana.
Discuto com meus outros eus e engatilho armas.
Sou nocivo, mas aprendo a acalmar a todos.
Exercícios de distâncias, solidões, sonhos, fraquezas, encantos e reencontros.
Tu danças como uma onça negra
na floresta dos meus delírios.
Num silêncio que tua voz sabe entoar,
provocas minha libido:
eu me contorço na onda das tuas palavras.
Na outra noite,
teus sons do coração imperaram
nas correntezas entre
as matas uivantes
dos ventos de meus sonhos.
E tu rugiste
deixando, então,
o eco do desejo
alargando
meus sentidos.
Um comentário:
Que bom te ler novamente!
Lindas as poesias,esta em especial.
A permissividade dos sonhos é quase sempre um hino á liberdade...e deixa na boca um sabor inda não inventado.
parabéns poeta e não abandone por tanto tempo este blog.
beijo.
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