quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Casa Rosa

Local do conforto 
e do perdão traído.
Casa Rosa.
Sentado sob um cartaz de filme cult qualquer,
onde tantas vezes te esperei.
Sem brilho, 
subimos ao jardim severo
e fotografamos verões 
alçados pelos urubus 
do teto do prédio em frente.
Eles voaram sobre a poesia do nosso Amor.
Noite passada 
sonhei
que telefonava-te.
Só  lembrei 
do número correto
quando acordei,
mas lá dentro atendeste-me,
porém sem a minha voz
reconheceres.
De tarde vi a mensageira
de nossas emoções removidas
e quase chorei.
Ela parecia ter um recado teu para mim,
mas a única forca estava na minha garganta...
Na memória, nosso Éden:
mais que os lábios, nossas pernas;
mais que as mãos, nossos olhos.
E tudo era motivo para roubar o tempo
de tua vida sem mim.
O quanto menti mais para mim 
do que tu dizendo-me Amar
com olhos desmentidores?
Estraçalhado pelo tubarão,
fui-te mais alheio que minha morte
no pesadelo do mar televisionado.
Nenhuma revolução mental...
Nosso pequeno Ernesto não virá...
Tampouco nosso Amor,
essa coisa 
a que jamais devemos dar crédito
via palavras do objeto Amado...

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