segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Flores

Eu tenho uma dívida inestimável para com as flores.
Mesmo assim, amainando meus infernos, elas brotam na porta da morada
mais delicada e, num sorriso gerado pelo gesto humilde, enternecem a vida!
A mesma flor que eu mastigava com poções de insetos, terra e água da chuva,
é a que me liberta da culpa abissal.
Composta pelas cores enigmáticas da luz solar em teu coração calmo,
resplandece artérias, afagos e ares.
Imensurável suavidade entre os meus, ainda nocentes.
Natureza grauita para reavivar minha pureza
e destronar minha tirania incontrolada
com a espontaneidade dos que não lutam contra o tempo,
nem contra a dor.

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