domingo, 1 de dezembro de 2013

Dolorosa Felicidade

O por quê dessa solidão
Eu sei.
Não posso tentar curá-la
Num telefonema.
Ela piora, já que
A atenção do que necessitava,
Ou que esperava, não veio.
Meu coração arde e esmorece rapidamente,
Mas não gosto de guardar-me,
Visto que o Amor provém
E é mister
Que seja compartilhado.
Tento
Não esperar coisas dos outros,
Mas necessito de coisas dos outros
Quando me doo aos outros
Com minhas coisas.
Os outros, às vezes,
São eu mesmo
Quando não os vejo.
Procuro não ser redundante
E, quando sou,
Não me desculpo pelos ciclos
Que vem e vão facilmente.
Demonstrei tão claramente
Minha vontade e saudade,
Mas nem sempre teria de partir
De mim:
Existem palavras
Para dizer o que se quer
E o que se sente.
Não me busco nos outros.
No entanto,
Não me basto...
Sem convivência...
Que dolorosa felicidade
Essa nossa saudade...

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