Hás vezes,
Tenho pensamentos tão maldosos
A respeito de mim e dos que Amo,
Que mal posso crer na cara revisitada no espelho,
Que não suporto até quase desmaiar de dor em meu crânio
A secar minha garganta e a me fazer suar a fronte.
Os delírios, violentos e cruéis, impossibilitam-me de conviver.
Sou um predador ganancioso
Ao mesmo tempo
Que uma presa preguiçosa.
Invado-me de iras
E desoriento motivos com falsas percepções
- Ou percepções -
Que para nada servem se eu não gritar.
O pior vício do ser humano é não usar do seu dom
- O único que nos diferencia dos outros animais -
O Pensar,
Que nos leva à fala,
Única via de entendimento real
- E vital -
Para a nossa sobrevivência harmônica.
O calar abre vulcões de sangue e pus,
Desenvolve cânceres e lágrimas
Tardias
Nas peles daqueles que
- Por desordem da humanidade -
Se alheiam em revoltas
E distraem sua dor e solidão
Falando com animais de estimação
Em seus apartamentos pulguentos
Ao invés de irem pedir desculpas aos seus irmãos
Ou estenderem a mão a um amigo...
Vivemos na era da solidão acompanhada por cães,
Da solidão abatida falsamente por meios tecnológicos...
Esquecemos, Humanidade,
De que o mais complexo está no mais simples,
E tornamo-nos simplórios
Achando termos galgado
Graus elevadíssimos de sabedoria
Em retóricas e avanços científicos ultra-secretos.
O que não é ilusão, afinal?
Não está mais vivo hoje aquele que,
Finalmente,
Há poucas horas
Se iluminou paz no meu peito
Do que o mesmo aquele
Que, ontem, respirava para não desvanecer?
É tudo uma questão de Percepção
Para o dia fazer-se rico ou pobre.
De braços abertos para o mundo,
Deslizo em mim
Através de encontros e descobertas
Que sorriam à minha porta.
Só pude sorrir junto quando a abri.
Havia bem mais do que eu já supunha abundância...
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