quinta-feira, 31 de maio de 2012

Pensamentos e Ações na Abundância da Percepção

Hás vezes, 
Tenho pensamentos tão maldosos 
A respeito de mim e dos que Amo, 
Que mal posso crer na cara revisitada no espelho, 
Que não suporto até quase desmaiar de dor em meu crânio 
A secar minha garganta e a me fazer suar a fronte.
Os delírios, violentos e cruéis, impossibilitam-me de conviver.
Sou um predador ganancioso 
Ao mesmo tempo 
Que uma presa preguiçosa.
Invado-me de iras 
E desoriento motivos com falsas percepções 
- Ou percepções - 
Que para nada servem se eu não gritar.
O pior vício do ser humano é não usar do seu dom 
- O único que nos diferencia dos outros animais - 
O Pensar, 
Que nos leva à fala, 
Única via de entendimento real 
- E vital - 
Para a nossa sobrevivência harmônica.
O calar abre vulcões de sangue e pus, 
Desenvolve cânceres e lágrimas 
Tardias 
Nas peles daqueles que 
- Por desordem da humanidade - 
Se alheiam em revoltas 
E distraem sua dor e solidão 
Falando com animais de estimação 
Em seus apartamentos pulguentos 
Ao invés de irem pedir desculpas aos seus irmãos 
Ou estenderem a mão a um amigo...
Vivemos na era da solidão acompanhada por cães, 
Da solidão abatida falsamente por meios tecnológicos...
Esquecemos, Humanidade, 
De que o mais complexo está no mais simples, 
E tornamo-nos simplórios 
Achando termos galgado 
Graus elevadíssimos de sabedoria 
Em retóricas e avanços científicos ultra-secretos.
O que não é ilusão, afinal?
Não está mais vivo hoje aquele que, 
Finalmente, 
Há poucas horas 
Se iluminou paz no meu peito 
Do que o mesmo aquele 
Que, ontem, respirava para não desvanecer?
É tudo uma questão de Percepção 
Para o dia fazer-se rico ou pobre.
De braços abertos para o mundo, 
Deslizo em mim 
Através de encontros e descobertas 
Que sorriam à minha porta.
Só pude sorrir junto quando a abri.
Havia bem mais do que eu já supunha abundância...