quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Contemplando Olhos de Peixe

De que adiantam
Olhos belos 
Se mal podes ver-me
Com o que te intoxica
No olhar?

Tenho
Dias e noites
De desespero e bandeira - 
Deslizando na organicidade 
Da tua percepção,
Ainda mais a empunho
No clarão de tua aurora!

Sugiro tua angústia 
Porque pareces com o meu espelho 
Quando eu fugia de ti.

Vês, olhos de peixe morto,
Quão Humano pode ser
Teu olhar?

De que serviria 
Eu lapidar teu ego
Se o que mais precisas
É da realidade não esquecida
Para renovar-te
Na manhã da Vitória e do Amor?

Se calo 
É porque meu dom 
É quietinho
E ritmado para 
Dançar-te minha canção...

Sedutora pele...
Boca seca,
Ra-
cha-
da,
Beijo de tresloucada
Dobrando a esquina da minha Vida.

Aqueles amigos ordinários
Estarão para sempre 
Em teu coração
Despertado a cada dia.
Prossegue na incógnita!

O que há de louvável 
Em preços altos e arquétipos,
Quando a alma daqueles
São vazias
E desprovidas de Empatia?

Reza no silêncio 
A fé de um dia 
Inteiro
Com a boca no mundo!

Sob teus lábios,
O perfume, 
Entremeado
À minha filosofia,
Cativava 
O que já era
Liberto aos teus olhares...

Não percebias?
O que é certo senão 
Cada percepção
Para a ação,
O olfato
E a mútua contemplação?