De que adiantam
Olhos belos
Se mal podes ver-me
Com o que te intoxica
No olhar?
Tenho
Dias e noites
De desespero e bandeira -
Deslizando na organicidade
Da tua percepção,
Ainda mais a empunho
No clarão de tua aurora!
Sugiro tua angústia
Porque pareces com o meu espelho
Quando eu fugia de ti.
Vês, olhos de peixe morto,
Quão Humano pode ser
Teu olhar?
De que serviria
Eu lapidar teu ego
Se o que mais precisas
É da realidade não esquecida
Para renovar-te
Na manhã da Vitória e do Amor?
Se calo
É porque meu dom
É quietinho
E ritmado para
Dançar-te minha canção...
Sedutora pele...
Boca seca,
Ra-
cha-
da,
Beijo de tresloucada
Dobrando a esquina da minha Vida.
Aqueles amigos ordinários
Estarão para sempre
Em teu coração
Despertado a cada dia.
Prossegue na incógnita!
O que há de louvável
Em preços altos e arquétipos,
Quando a alma daqueles
São vazias
E desprovidas de Empatia?
Reza no silêncio
A fé de um dia
Inteiro
Com a boca no mundo!
Sob teus lábios,
O perfume,
Entremeado
À minha filosofia,
Cativava
O que já era
Liberto aos teus olhares...
Não percebias?
O que é certo senão
Cada percepção
Para a ação,
O olfato
E a mútua contemplação?