com minhas unhas
pra cima e pra baixo,
a pele.
Invado artérias,
veias
até chegar aos músculos
que tentam pôr força,
mas nada deterá
minha mão.
Finalmente,
encaixo os dedos,
um a um,
entre os ossos do meu tórax
e eu o arrebento
ao fechar
minha mão em pedra.
(Arrepiaram de tanta inveja,
penso rindo...)
Então, sinto
o coração pulsando
e o agarro firme,
o puxo pra fora
fazendo esguichar meu sangue
por todo o meu paraíso e,
faminto,
dou-lhe uma dentada,
mastigo o naco
e o devolvo
ao meu profundo
pra ver se ele
suporta a penitência
de meu cérebro
inocente
trancafiado na dor
de uma existência
maravilhada
com o caos
que sabe
jamais
findar-se...